Crítica - A Guerra dos Tronos
8:56:00 PM
Título: A Game of Thrones
Ano: 2010
Editora: Leya Brasil
Muitos
acreditam que a fórmula para o sucesso de um romance ficcional é a existência
dos dois lados antagônicos (O bem e o mal) em uma trama com algum evento
extraordinário de fundo. No entanto cada vez mais nos deparamos com obras de
ficção, seja fantasiosa ou calcada na realidade, que se aprofundam cada vez
mais na natureza ambígua que é o ser humano. Um exemplo disso é a série
americana “Battlestar Galáctica” que, de forma inédita misturou ficção
científica à crises políticas, dramas éticos, batalha entre idéias contrárias,
mas que, acima de tudo, tentava demonstrar que o nosso verdadeiro inimigo está
dentro de nós mesmos.
E o que George
R. R. Martim consegue fazer com sua história é exatamente isso. Ele nos joga
dentro de um mundo fantasioso, povoado por criaturas estranhas, ameaças
desconhecidas e terrores inominados para nos colocar justamente em uma batalha
contra nós mesmos, acentuando os problemas que enfrentamos todos os dias em
nossas vidas (em menos grau) e demonstrando que o poder e a cobiça são ameaças
das quais ninguém está isento em nenhum mundo.
O primeiro
volume das Crônicas de Gelo e Fogo, “A Guerra dos Tronos” (Game of Thrones)
conta a história da luta da família Stark, guardiã do norte gelado de Westeros,
que se vê atirada em tramas políticas, planos traiçoeiros e ardilosos, quando a
antiga Mão do Rei, principal conselheiro e comandante militar no Reino, morre envolta
em dúvidas e mistérios. Eddard Stark, o chefe da casa Stark, uma das grandes
casas dos Sete Reinos de Westeros, é chamado para tomar seu lugar ao lado do
Rei Robert Baratheon, seu amigo de batalhas passadas. Mas a verdadeira ameaça
parece estar escondida no frio do norte além da muralha e o verão longo e
quente agora parece estar dando lugar à um inverno mortal e ainda mais
duradouro.
O livro foi
publicado em 06 de Agosto de 1996 e venceu diversos prêmios, como o Lucas Award
em 1997 e indicações à outros como o World Fantasy Award em 1997 e o Nebula
Award em 1998.
A trama é
envolvente e extremamente detalhada, bem construida e muito particular. O
leitor é mergulhado em um mundo fantasioso e cada vez mais é jogado dentro de
tramas políticas e ardilosas, personagens ambíguos e carismáticos, cenas fortes
e desfechos inesperados.
A série de
George R.R. Martin não é uma fantasia fantástica tradicional das quais estamos
acostumados a ver nas livrarias. Não há orcs, bruxos, terríveis monstros ou
qualquer criatura mítica, exceto apenas por uma. E sim pessoas comuns com
ambições e desejos. É esse o maior mérito da série, mostrar que a natureza
humana é a mesma independente do ambiente ou da situação. A magia é demonstrada
na série de maneira sutil e em situações bem determinadas, assim como o
aparecimento de criaturas inumanas. Mas isso não tira o brilho da série nem sua
condição de série fantástica, mas sim enrriquece a obra de uma maneira ímpar,
pois abre uma gama de outras vertentes em que a história pode se desenrolar ao
longo da série que, por sinal, é bastante longeva.
Na
ocasião de seu lançamento “A Guerra dos Tronos” recebeu inúmeras críticas de
profissionais especialisados e sites dedicados. Algumas positivas outras nem
tanto.
Escrevendo
para o “The Washington Post”, John H. Riskind comentou que
"muitos fãs de espadas e feitiçarias irão gostar da extensão épica deste
livro", porém achou que ele "sofre de personagens unidimensionais e
imagens pouco memoráveis". Phyllis Eisenstein, do “Chicago
Sun-Times”, escreveu apesar do livro usar muitas alegorias fantásticas
genéricas, a abordagem de Martin era "tão refrescantemente humana e íntima
que ela as transcende". Ela descreveu o livro como "uma absorção da
combinação do mítico, o indiscriminadamente histórico e o intensamente
pessoal". John Prior
escrevendo para o San Diego
Union-Tribune, chamou a escrita de Martin de "forte e imaginativa,
com muitas intrigas e lutas dinásticas bizantinas" e o comparou aos livros
da série “The Wheel of
Time”, de Robert Jordan, "apesar de muito mais sombrios, sem
nenhuma comédia ou romance para aliviar a sordidez". Steve Perry
disse aos leitores do The Oregonian que o enredo
era "complexo e fascinante" e que o livro era "um romance rico e
cheio de cor" com "todos os elementos de um excelente romance de
fantasia". Lauren K. Nathan da Associeted Press escreveu que o
livro "prende o leitor desde a página um" e que ele se passava em um
mundo fantástico "magnífico" que é "místico, mais ainda assim
crível"
Enfim, A Guerra
dos Tronos é um romance épico cheio de elementos de fantasia que prende o leitor
e traz novidade para um gênero que carecia de qualidade nos últimos tempos. É
um livro que é grande por si só e que deve ser lido por aqueles que gostam de
uma história bem contada.
2 comments
This comment has been removed by the author.
ReplyDeleteNa minha opinião, este foi um dos melhores series de ação que foi lançado. O ritmo é bom e consegue nos prender desde o princípio, Não tem dúvida de que o Kit Harington foi perfeito para o papel de Jon Snow. #GameOfThrones é uma excelente serie
ReplyDeleteDeixe aqui seu comentário e, se quiser, assine nosso Feed para receber as publicações do "The Reader" em seu e-mail.