Crítica: Os Senhores do Norte - Crônicas Saxônicas Vol. 3
10:16:00 PM
Título: The Lords of the North
Ano: 2006
Editora: Record
O terceiro volume das Crônicas Saxônicas do autor Bernard Cornwell se inicia logo depois da batalha de Ethandun, que finalizou o segundo volume (O Cavaleiro da Morte) e que deu a Alfredo o domínio de Wessex, o único reino independente da Inglaterra, depois de vencer o exército de Guthrun. Uhtred decide retornar à Nortúmbria, com o objetivo de retomar sua terra natal, Bebamburg de seu tio, que roubara o que era seu por direito. No entanto, o jovem encontra um cenário desolador, uma terra assolada pelo caos e barbárie. Lá ele se alia então a Guthred, ex-escravo determinado a se tornar rei da Nortúmbria. Juntos, seguirão até Dunholm, em busca da cabeça do senhor viking Kjartan.
A estrutura narrativa de "Os Senhores do Norte" segue a mesma encontrada em "O Último Reino" e em "O Cavaleiro da Morte" (primeiro e segundo volumes da saga respectivamente). o foco principal está em Uhtred, um guerreiro saxão criado por dinamarqueses que se encontra em um eterno dilema: Lutar ao lado dos amados Dinamarqueses ou cumprir seu juramento para com seu reino e seu rei.
Obstinado a retomar a fortaleza de Bebamburg, sua por direito, de seu tio e a se tonar um senhor rico e poderoso Uhtred parte para o norte com sua companheira Hild e se depara com uma terra desolada pela guerra e maltratada pelos invasores, sua aventura começa quando ele liberta da escravidão um homem que se dizia Rei da Nortúmbria, e que tem o poder de unir dinamarqueses e cristão sob uma única bandeira.
Esse terceiro volume das Crônicas Saxônicas muda o foco da narrativa para a Nortúmbria, região norte da ainda não formada Inglaterra e detalha, minusiosamente, os costumes, os problemas e a vida dos habitantes daquela região sem rei e sem lei.
Os costumes e as crenças do povo dinamarquês também ganham destaques neste volume, pois o autor descreve com cuidado e conhecimento os modos e estilos de luta desse povo bárbaro, suas ambições, seus desejos e a vida do dinamarques, que já nascem com uma espada na mão e sonham em morrer também com uma espada em punho, para honrar os Deuses e seus ancestrais após a morte.
Cornwell também descreve como se dava o domínio dinamarques sobre as terras conquistadas, onde um Rei cristão permanecia no poder, mas quando na verdade a terra estava sob o domínio do dominador bárbaro.
O autor descreve a submissão dos povos diante da visão turva dos padres, sempre ao lado dos que tinham o poder e demonstra a rapidez com que a religião cristã se espalhava pelas terras sem lei do norte.
"Os Senhores do Norte" possui muitas reviravoltas, que acompanham a personagem principal e determinam seu destino. Uhtred cresce ao longo do romance, tendo o status de um grande guerreiro para depois se tornar escravo em um navio mercante. O leitor acompanha suas incertezas, seus medos, suas angústias e sua sede de vingança pelos homens que o fizeram e o fazem sofrer.
Pouco explicativo em alguns momentos (caso envolvendo Thyra e seus cães) e se valendo de artifícios forçados em outros (como no momento "Deus Ex Machina" durante a batalha em Dunholm), "Os Senhores do Norte" tem mais acertos do que erros e cumpre excelentemente bem o papel de mostrar uma Inglaterra hostil, dominada, à beira do colapso e segura apenas por uma fina e tênue linha trançada por Alfredo.
O autor descreve a submissão dos povos diante da visão turva dos padres, sempre ao lado dos que tinham o poder e demonstra a rapidez com que a religião cristã se espalhava pelas terras sem lei do norte.
"Os Senhores do Norte" possui muitas reviravoltas, que acompanham a personagem principal e determinam seu destino. Uhtred cresce ao longo do romance, tendo o status de um grande guerreiro para depois se tornar escravo em um navio mercante. O leitor acompanha suas incertezas, seus medos, suas angústias e sua sede de vingança pelos homens que o fizeram e o fazem sofrer.
Pouco explicativo em alguns momentos (caso envolvendo Thyra e seus cães) e se valendo de artifícios forçados em outros (como no momento "Deus Ex Machina" durante a batalha em Dunholm), "Os Senhores do Norte" tem mais acertos do que erros e cumpre excelentemente bem o papel de mostrar uma Inglaterra hostil, dominada, à beira do colapso e segura apenas por uma fina e tênue linha trançada por Alfredo.
Um excelente livro de um excelente autor.
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